Antes da viagem, escolhemos o
percurso, entramos em contato com campings e hotéis de Guaporé, verificamos os horários e valores das passagens e avisamos o máximo de pessoas possível
antes de sair.
No dia anterior a viagem fomos ao supermercado e compramos nossa comida, com a qual gastamos R$ 31,00, dividido por dois.
- 16x Miojos (fácil de fazer,
muito bom)
- 2x Latas de milho
- 2x Pacotes de bisnaguinha 7
boys
- 6x Ovos
- 2x Molhos 3 queijos
- 1x Bolo Nutrella
- 3x Sopas instantâneas
Consegui em uma lancheria alguns sachês de maionese para comer no café da manha, levamos uma mistura para preparo de suco eletrolítico de laranja, o café solúvel e o açúcar levei em potinhos que já são para esta finalidade faz tempo. E claro não podemos esquecer das barrinhas de cereal companheiras inseparáveis nas minhas trips.
- 1x Bolo Nutrella
- 3x Sopas instantâneas
Parte dos alimentos da minha mochila |
Dentro da minha mochila, a Mountaineer 50+15 da Curtlo, coloquei os seguintes itens:
- 2x Pares de meias extras;
- 1x Roupa de baixo extra;
- 1x Calça;
- 1x Camiseta;
- 1x AnorakStorm Trilhas e rumos;
- 1x Fleece 100% poliéster;
- 1x Balaclava de lã;
- 1x Máquina de comer (Prato
alumínio, talheres de alumínio, X MugSeatoSummit);
- 1x Canivete;
- 1x Lanterna com pilhas extras;
- 1x Kit primeiros socorros com
remédios;
- 1x Kit para acendimento de fogo
(só uso em caso de emergência);
- 1x Kit para cozinha (Mini
paneleiro, ClimbGás, mini fogareiro, Corta vento de alumínio);
- 1x Isolante térmico;
- 1x Câmera fotográfica com
carregador;
- 1x Carteira com documentos;
- 1x Saco de dormir Micro Pluma
Trilhas e Rumos;
- 5x Sacolas de supermercado
(Roupas molhadas e lixo);
- 1x Bolsa de hidratação 2
litros;
- Alguns metros de cordelete de
4mm;
- Metade de uma barraca técnica
Guepardo (a outra metade foi com o Pedro);
- 1x Kit Reparos (silver tape,
agulha, linha)
OBS: Meu irmão levou os
equipamentos dele em uma Crampon Tech da Trilhas e Rumos.
Meu equipamento com o rango |
Todos os itens foram fechados em sacos com zíper, separados uns dos outros. A mochila ficou super leve com todos
estes itens e a comida, nem cheguei a senti-la durante a viagem.
estes itens e a comida, nem cheguei a senti-la durante a viagem.
No corpo usei:
-1x Boné da missão de paz da ONU;
-1x Calça Cargo Trilhas e Rumos;
-1x Camiseta normal;
-1x Roupa de baixo do tipo Boxer;
-1x Bermuda de suplex para jogar
futebol (muito boa contra assaduras);
-1x Par de meias
-1x Par de botas Vento
Finisterre;
-1x Bastão para caminhada
Nautika.
A EF-491 é uma ferrovia de
ligação, conhecida como Ferrovia do Trigo, nome adquirido nos tempos de sua
construção na década de 1970. Está localizada no estado do Rio Grande do Sul,
Brasil.
A ferrovia interliga o Tronco
Principal Sul em Roca Sales com a Ferrovia Marcelino Ramos-Santa Maria em Passo
Fundo. O trecho inicial passa pelo Vale do Rio Taquari, passando pelos
municípios de Roca Sales e Muçum. A partir de Muçum inicia a subida em direção
a Guaporé, pelas encostas ao longo do Rio Guaporé, passando por Vespasiano
Corrêa e Dois Lajeados. Este trecho é repleto de túneis e viadutos, ainda usada
por locomotivas movidas a combustível fóssil, estas são gigantescas e parecem
não terminar nunca.
O grande dia
No dia 19 de julho de 2013 as 18
horas eu e Pedro Matiotti, nos dirigimos até a rodoviária de Porto Alegre,
onde compramos as passagens para Guaporé, no valor de R$ 40,50 cada. Saímos de
Porto Alegre as 19 hs rumo ao nosso destino, o transito parou em um dos
trechos da viagem porém tudo foi muito tranquilo. Dormi quase que a viagem toda
e fui acordar só quando chegamos em Guaporé.
Hotel Rocenzi
Hotel Rocenzi
Chegamos à cidade por volta das 23hs. Precisávamos chegar na Rua Aurora, pedimos informações às pessoas que estavam na rodoviária, até mesmo para alguns motoristas, porém, as poucas pessoas que falaram conosco não sabiam nos informar. Lembramos então em ligar para o hotel para que nos dessem as coordenadas de como chegar ao nosso destino. Como não havia nenhum lugar aberto para comer, preparamos um miojo e nos arrumamos para dormir. Pela manhã, tomamos um bom café no hotel, acertamos o pernoite e saímos.
Hotel Rocenzi |
Caminhamos por uma das avenidas
principais de Guaporé, mais uma vez tudo deserto, pudemos notar que por lá não
existem placas indicando os nomes das ruas e que a cidade é muito forte na produção de lingerie e jóias, tanto que la existe uma feira disso: http://www.mostraguapore.com.br.
Avenida Principal |
Chegamos no portal da cidade,
atravessamos a rodovia e subimos a esquerda, já estávamos nos trilhos, notamos
vários dormentes e pregos antigos (falei para o Pedro: o pai ia ficar louco
aqui hehehe), passamos por uma locomotiva de reparos, pronta para ir realizar
seu trabalho.
Portal da Cidade de Guaporé |
Dormentes e pregos antigos retirados das manutenções |
Locomotiva de reparos |
Maldito cascalho
Seguimos e passamos por baixo de
uma passarela, paramos para bater uma foto, tri faceiros, o tempo começou a se
fechar, Logo no início da manhã o céu já estava nubladão e começamos a temer pela chuva, porém não estava muito frio então continuamos tranquilos. Felizmente, água é um recurso que não falta: fontes, nascentes e riachos são frequentes no trajeto: andamos um pouco e avistamos uma pequena queda onde seu curso passava por baixo dos trilhos. Pausa para foto.
Saindo de Guaporé |
Foto tri faceiros |
A escuridão
Andamos um pouco mais e avistamos
o primeiro sinal de túnel, a placa informava: "Túnel a 200 m",
involuntariamente começamos a caminhar mais rápido, loucos para ver se
realmente era escuro como falavam nos outros relatos. A primeira vista a borda
do túnel é inacreditável, imponente, sombria, solitária, lá dentro não se
enxerga nada, só se vê os trilhos até onde a luz chega e depois pretume. Na
borda vimos uma placa bem velha informando o comprimento: "529 m",
pensei " PUTA QUE PARIU é muito túnel", nem sabia o que estava por
vir. Mal chegamos na borda e já começamos a sentir aquele ar carregado e úmido, barulho só das gotas e do vento encanado. A sensação é de não ter pra onde correr caso venha um trem, mas os
espaços são bem largos nas laterais, além de existir uma mureta onde podemos
nos abrigar, sem falar dos guarda vidas e grutas pelo caminho. Infelizmente
ainda avistamos lixo jogado por burros que passaram por ali.
529 metros |
Caminhando na mureta |
Pretume |
Guarda vidas
|
Esporões |
Esporões |
Esporões dentro de túnel |
Olhando para traz |
Olhando para frente |
Com o alarme falso seguimos até
chegar em um túnel ainda maior, demorou pra chegar ao outro lado, mais
pra frente íamos descobrir tuneis de 1,2 km até o maior de quase 2,5 km. Neste
maior avistamos uma luz, achamos que era a saída, pfff que nada, um poço que
devia estar lá antes do túnel ser construído, deixando a luz passar. Bem mais
adiante, perto de uma vila, o primeiro trem passou por nós, gigantesco e
barulhento, o Pedro fez sinal para o maquinista puxar a buzina , e o cara
puxou, foi muito massa, não parava mais de passar trem, o dia já tinha valido a
pena.
Algo para beber
Tenho na mochila um
reservatório com torneira para até 2 litros de água, o que acabou sendo pouco
para a viagem, entre alguns goles e as refeições se vai todo o liquido. Porém
no trajeto a natureza oferece várias possibilidades de obtenção de água, como
havia falado anteriormente. Córregos, cascatas, escorrendo do barranco e até
saindo de dentro da pedra. Sem falar nos cactos e outros métodos menos comuns.
Um fato importante a se lembrar nestas ocasiões é levar uma cartela de Clorin
para limpar a água, por mais pura e cristalina que seja pode conter algum tipo
de bactéria ou sei lá o que, algum bicho morto pode estar na margem do riacho
logo acima do ponto onde tu está, e aí? diarreia não dá!! então toma cuidado
com a água que tu toma. As pastilhas de Clorin são muito eficientes e
economizam gás pois não precisaremos ferver a água, basta adicionar 1
comprimido em um litro e esperar em torno de 45 minutos ( embora na embalagem diga 30
).
Coletando água da encosta |
Cactus |
Água saindo de dentro da pedra |
Espaçamento entre os dormentes |
Turistas que estavam no camping |
Cama de palha para proteger do cascalho |
Brasão da Engenharia do exército |
Arte no dormente |
Companhia |
Pedras alaranjadas |
Alavancas de mudança |
Chegando ao destino
Por fim chegando a Muçum, pausa
para foto clássica na placa, começamos a procurar um cravo para levar para o
pai, passamos pela estação ferroviária, também abandonada, tiramos uma foto e
seguimos, fomos achar o cravo só no viaduto 1. Descemos para a Muçum e fomos em
direção a estação rodoviária, compramos as passagens e preparamos o almoço na
praça da cidade.
Voltamos para casa no dia
21/07/2013 com muitas histórias pra contar e com os ânimos recarregados,
aprendemos muitas coisas durante a viagem, como: não deixa pra depois para
montar acampamento, se achar um lugar bom fica lá, é muito importante levar um
toldo pequeno, tênis adequado mais ainda. Hipoglós pra que se tenho uma bermuda
suplex?
Alimentação: R$ 15,50
Passagens ida e volta: R$ 81,00
Pernoite em hotel: R$ 45,00
TOTAL: R$ 148,40
Espero que tenham gostado do
relato, em breve mais trips, mais histórias, mais dicas.
Muito bom! Esse relato foi motivador.
ResponderExcluirDa vontade de fazer essa caminhada! Muito legal!
ResponderExcluiro Galera a ferrovia ta no papo, quando quiserem marcar pra conhecer só gritar
ResponderExcluirMuito legal o relato. Só uma dúvida, quanto tempo durou?
ResponderExcluirPq no início do texto diz que vcs sairam de Poa dia 19/7, e no final diz que voltaram para casa no dia 20/7.
Valeu!
Obrigado por acompanhar o blog Lucas. Foi uma falha de digitação, voltamos no dia 21, já corrigi. Para completar o percurso caminhando tu precisa de pelo menos dois dias. Já para conhecer tudo, desbravar e ir bem na calma, pelo menos três.
ExcluirMuito bom todo relato sobre sua jornada! Parabéns para os dois! Quero ir na próxima!
ResponderExcluirMuito bom, Rodrigo e Pedro! Já tinha visto as fotos e achado muito interessante. Mas agora, no Blog, ficou show o relato! O texto ficou muito bom, pois o conteúdo está bem disposto, e as fotos, excelentes dando a oportunidade de o leitor ter a sensação de estar lá! Parabéns pela realização. Ah...tem algum perigo nessa caminhada?
ResponderExcluirObrigado por acompanhar o blog tsaventura.com.br, Adriana Diniz. Por se tratar de uma caminha em um local isolado, sem sinal de telefone, e ser em uma ferrovia, existem sim alguns perigos. A passagens nos viadutos é bem delicada, a caminhada, por ser em cascalho, é bem difícil, podendo causar lesões, podem haver cobras, aranhas e por aí vai . Porém em viagens como esta procuramos sempre mitigar, e evitar estes perigos, respeitando a natureza e utilizando o equipamento adequado, sempre com muita responsabilidade. A experiência também ajuda bastante neste caso. Gosto de comentar sempre quando há este tipo de pergunta: Se deixarmos de fazer aquilo que gostamos por causa dos perigos o nosso mundo será a nossa casa. Uma coisa eu te digo, nada do que fazemos é sem planejamento e responsabilidade, procuramos sempre avisar o max de pessoas, pegar o contato dos bombeiros, coletar informações sobre o percurso em outros fóruns, adquirir mapas e tracklogs, kit de primeiros socorros assim como noções a respeito e por aí vai. Se houver qualquer outra dúvida sinta-se a vontade para perguntar.
ExcluirObrigada pela resposta, Rodrigo! Estou mais tranquila agora!
ExcluirO nome do carinha do camping é Clair Scarton, ele é dono co camping casa da ferrovia que fica ao lado do viaduto pesseguinho!!!
ResponderExcluirMuito legal o teu relato, só esqueceu de falar que tu passou pelo segundo maior viaduto do mundo, o viaduto 13. E o maior viaduto ferroviario das américas, o viaduto mula preta!!!
Já fiz essa viagem uma 6 vezes, em todos os sentidos, sozinho, ida e volta, acompanhado, de galera!!!
Muito legal ver o relato por outras pessoas e pensar que já passei por tudo isso.
A hora que vocês filmaram o trem, foi exatamente no lugar onde parei pra tomar meu café da manhã na segunda vez que fui fazer essa caminhada... Muito legal!!!!
Grande relato!!! Uma hora dessas a gente marca um café no mercado pra contar um pouco dessas histórias e marcar alguma juntos!
Grande abraço... SAPS
Alex Montanhista.
Obrigado por acompanhar o blog tsaventura.com.br, Alex Montanhista. Cara como foi a primeira vez que fomos no percurso não sabíamos os nomes e locais dos viadutos, mas com certeza quero aprender. Em relação ao café só chamar cara, e para as trips e bushcraft ja falei quando tiver vaga só prender o grito, pois pra mim o que falta é parceria mesmo.
Excluirolá gostaria de umas dicas para essa travessia, me add no whatts, abraço
Excluir055 9938 3583 tatuador éks
Quando farão outro trekking no RS!
ResponderExcluirAchei bárbaro esse q vcs fizeram...faço escalada, rapel e trilhas, mas fazia em Curitiba onde morei...
SHOWWW.....LUGARES SENSACIONAIS...E PARA QUEM CURTE FERROVIAS ENTÃO....
ResponderExcluirfiz essa travessia em março de 2012 sozinho, levei 2 dias. São 46 km, andei 18 no 1.o dia e 28 no 2.o, dormir sozinho no meio do nada não foi nada agradável. Uma grande diferença em relação a este relato foi a questão água, passei muita sede, fazia mais de 20 dias que não chovia e as fontes e mangueiras estavam todas secas. Mas valeu muito, o lugar é muito bonito!!!
ResponderExcluirRodrigo,
ResponderExcluirParabéns pela aventura! Fotos muito legais! Bom saber que adeptos ao trekking estão se lançando cada vez mais à Ferrovia do Trigo! Só achei um pouco arriscado o acampamento à beira da ferrovia!
Já percorri ela 5 vezes, todas partindo de diferentes destinos (tem variantes e side-trips muito boas). No ano passado estive com um amigo de Salvador, se quiser conferir o relato da aventura: http://edvercarraro.com/travessia-ferrovia-do-trigo-mucum-guapore/
Bons ventos!
Olá, faz bastante tempo que desejo fazer essa trilha, más infelizmente por falta de parceria, ainda não consegui, estou pensando em fazer com minha esposa e meu filho de 12 anos, se alguém mais se pilhar podemos combinar.Abc.
ResponderExcluirOla, acho muito interessante essa ferrovia, quero fazer a travessia dela no final do ano, gostaria de saber algumas curiosidades sobre ela, quantos tuneis e quanto viadutos tem? como são 52km, caminhando com calma de vagar quantos dias leva para completar ela? se puderem me ajudar! agradeço desde ja!
ResponderExcluirPor acaso está turma ae anima ainda em fazer este projeto? Se sim teriam uma chance de fazer no futuro? Sou do RS e admiro muito eta travessia e gostaria de ne juntar a vcs para faze-la. Hoje é 10 de setembro de 2016. O vídeo que assistir de vcs era de bem antes disso,mas aposto que vcs tem vontade de fazer o trajeto pelo resto de suas vidas. Se for fã,e de novo e não s importarem de mks 2 desconhecido porém gente de confiança junto.ageadecemos
ResponderExcluirCorreção, não somos do RS n foi digitado erroneamente aí emca no testo. O correto é ES.
ResponderExcluirMuito bom o relato.
ResponderExcluirFiquei na dúvida se vcs passaram por dentro de todos os tuneis? Já estive em alguns e vi que são muito extensos,se puderem me responder agradeço.
Olá amigo, obrigado por acompanhar o blog, Sim passamos por dentro de todos, alguns com mais de 2km de extensão bem louco, hehehe
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirola galera meu nome Helvis Nunes so de santa Catarina da cidade Lauro Muller cidade da serra do rio do
ResponderExcluirrastro. umas das estradas mas bela do mundo. e dia 20 de janeiro de 2018 temos de feris eu e um amigo meu de viagem de moto Elizeu Mendonça de saída ate viaduto 13. são quase 500 km ate ai no viaduto 13 temos ansiosos pra conhecer essa pela obra. e também pessoal ai dessa terra maravilhosa RS E essas bela natureza.
vamos por as moto p rodar esse belo passei aqui fica au meu abraço a esses eleitores muito obg